A relação filosofia e ensino de filosofia
Introdução
Num universo em que o ensino de filosofia é visto como
dilema para a didática de filosofia.
Elaborei este trabalho intitulado a relação da filosofia
e o ensino com base nas teorias apresentadas na obra Didática de filosofia da
autora Isabel Marnoto, tornando assim possível a elaboração do atual trabalho.
Onde na sua divisão trago primeiramente as questões que dificultam ou impedem o
ensino da filosofia, em seguida apresento as hipóteses do problema levantado, onde
também analiso os dois níveis de análise nas relações da filosofia com seu
ensino; a escrita e a fala, pragmática e heurística do ensino de filosofia.
O trabalho foi fruto de uma pesquisa bibliografa com o
objetivo de trazer a tona o problema do ensino de filosofia e as suas possíveis
soluções.
Foi usado o método hermenêutico e explicativo na
elaboração do trabalho.
Segundo Espinosa, a pratica a pratica filosófica exige o
liberdade de filosofar, independência face as doutrinas circunstanciais e
determinações extricicas. Assim Espinosa neste pensamento conclui afirmando que
“a escola é considerada lugar improprio
para a filosofia” (Marnoto, apud Espinosa: 1990 : 20)
Buscando a relação filosofia e ensino de filosofia
seguindo ainda esta linha de pensamento espinozaica afirmo que “o bom filósofo
seria aquele que se recusaria a ensinar, isto é a fazer intender-se por um
público que não o da razão universal, o bom filósofo seria também aquele que se
recusaria a entrar numa escola. Com base nestes ideais Espinosa nos leva a
compreender que o bom filósofo é aquele que não se deixa levar por discursos
doutrinais ou institucionais, que toda a escola tem de difundir ou impor. O
filósofo será o fora da lei numa vertente institucional de ensino.
Esta é um das enumeras imposições do ensino de filosofia
que os pensadores, pedagogos e ate filósofos nos tem apresentado. Em seguida
vou poder mostrara a relação da filosofia e o seu ensino, e avançar algumas
interrogações e hipóteses.
1.1. Questões
·
Devera
o ensino de filosofia ser necessariamente monologo, que supõe a existência de
uma tradição já inicialmente contruída?
·
Devera
o ensino de filosofia ser essencialmente pensado como momento secundário e
subsidiário de uma realização de uma investigação anterior?
·
Ou
ainda poderia ser pensado como constitutivo e instituinte da própria filosofia?
(ibidem: 23)
As questões sobre a imposição do ensino de filosofia são
tantas, que se fosse apenas para apresentá-las queimaríamos o tempo girando em
torno delas, achei melhor com base só nestas questões apresentadas formular as
hipóteses seguindo a linha de pensamento da autora.
1.1.1. Hipótese
Não sendo a filosofia igual a qualquer outra ciência, ela
não tem o pensamento acabado ou universal, mas autónomo e aberto ao debate, foi
nesta perspetiva de pensamento que Emanuel Kant afirma “não houver filosofia
que se possa aprender, mas aprender a filosofar. Assim sendo levanto algumas
hipóteses dos problemas apresentados.
·
Primeiro,
a filosofia não deve ser vista como processo específico da produção de
pensamento filosófico (Idem)
Nota-se que a relação da filosofia com seu ensino
encontra correspondência na epistemologia e na filosofia do conhecimento que
como é sabido, chamaram já por diversas vezes a atenção para o facto de a
ciência ser uma instituição que cada vez menos dispensa a escola. (Idem)
Kuhn mostrou com grande clareza de que modo a ciência é
estruturalmente dependente do ensino praticado pela instituição universitária,
é ai nas escolas e universidades que são formados os dogmáticos segundo sua
área de estudo, os futuros continuadores e investigadores da ciência, nos seus
ramos específicos.
Mas será que este princípio Kuhniano engloba também o
ensino de filosofia?
As nossas hipóteses partem dai, as disciplinas tem
princípios e tem normas, no meu ponto de vista darei crédito ao princípio
Kuhniano pós o problema da filosofia não é falta de conteúdos ou princípios,
assim sendo eu arriscaria a afirmar que é possível o ensino de filosofia pois
se nas universidades é fazível também será nas escolas secundárias.
Em jeito de hipótese a autora avança no seguinte: o
ensino enquanto modalidade particular, do processo de discursiva cão
científica, esta depende de uma investigação prévia cujo resultado podem ser
assim reproduzidos ou transmitidos. Por outro lado a investigação esta também
dependente do processo de discursiva ação mediante os quais são instituídos os
consensos teóricos e hermenêuticos necessários a realização da própria
investigação. (Ibidem: 24)
Trata-se de uma hipótese que segundo Marnoto poderá
constitui-se como pertinente para a análise das relações da filosofia e o seu
ensino, desde que sejam cuidadosamente salvaguardadas as profundas diferenças
que se verificam entre o processo de produção de conhecimento na ciência e na
filosofia.
Existem variam formulações do pensamento contemporâneo,
sobre a filosofia e o seu ensino:
·
O nível histórico institucional;
·
O
nível de analise do discurso segundo as categorias da retorica e pragmática
contemporânea. (Ibidem:25)
Em seguida analisarei os dois níveis de análise avançados
pela autora
1.1.2. Dois
níveis de análise na relação filosofia e o ensino de filosofia
O primeiro nível (O nível histórico institucional)
importaria intender como um conjunto de determinações práticas discursivas
institucionalizadas que caracterizam e acompanham a emergência e o contexto da
produção filosófica.
Neste sentido poderíamos afirmar que a filosofia é tal
como nos foi apresentada durante a sua história. O que não constitui verdade.
·
O
produto de uma longa história filosófica escolar é feita pelos professores e
estudantes.
·
Ela
tem origem num conjunto de praticas discursivas que só são possíveis no
interior de um sistema de maneiras de dizer e de apresentação tanto mais
determinantes quanto invisíveis, aparentemente natural porque antigas e
solidamente ancoradas na tradição escolar a que nos situamos do qual unicamente
podemos pensar.
O segundo nível que designaremos de retorica, converge ao
caracter prospetivo e heurístico da linguagem e do contexto da sua emancipação.
(Ibidem: 26)
Em suma a autora conclui o seguinte:
·
Ensinar
filosofia não é apenas explicitar o que já foi pensado, mas encontrar a palavra
necessária para pensar aquilo que só se deixa pensar.
·
A
melhor maneira de medir a solidez das ideias é ensinando seguindo assim o
paradoxo que se ouve tantas vezes enunciar nos meios universitários, seguindo o
qual, ensinar é melhor maneira de aprender. (Bachelard 1994: 12)
Há uma heurística da escrita, como também há uma
heurística da fala, como Leibniz sublinha, há também uma heurística da
linguagem.
Em seguida vou analisar a fala e escrita pragmática
heurística, do ensino de filosofia para determinar o que é que na fala através
do qual o ensino é primordialmente, há mais do que na escrita.
1.1.3. Escrita
e fala, pragmática e heurística do ensino de filosofia
Segundo a autora
na escrita o destinatário, pode ser uma invenção sua, na fala o outro é uma
presença concreta, uma diferença radical.
Na escrita eu posso ainda argumentar, dito de outro modo
a escrita pode ser monológica, na fala, o outro é uma presença irrecusável.
(Ibedim:27)
Se lhe falo é porque pragmaticamente lhe reconheço como
diferente e antecipadamente prevejo, ser contradito ou aprovado.
No entanto é também porque reconheço a existência de uma
comunidade de regras e de discursos que ambos respeitamos.
Se lhe proponho um discurso é porque lhe reconheço uma
exigência de verdade. (Idem)
Ensinar não seria então subjugar como pretende Barthes ou
Focoult, toda crítica vanguardista e desconstrutura da escola.
Ensinar filosofia seria reconhecer para ala da diferença,
para la de todas assimetrias e circunstancias, a identidade de um destino
comum, uma mesma exigência, verdade.
Dai seja talvez possível escapar o dilema do professor de
filosofia que é a de:
·
Ou
trair a filosofia
·
Ou
trair o auditório real dos seus alunos
A partir do momento que o professor de filosofia se
compromete a ensinar filosofia, na precisa modelar seu discurso por limitação
da instituição, mas ser capaz de falar ao ponto de ser percebido e ser capaz de
despertar o aluno para o filosofar.
Conclusão
Existe sim uma relação filosofia e o ensino de filosofia
a leitura dos textos da autora, onde convidou ideias contrarias e a favor,
acabei assim em jeito de conclusão afirmando que o ensino de filosofia é
possível, tornando-se possível a partir do momento que o professor de filosofia
não moldar seu discurso a favor da instituição de ensino ou pelo auditório dos
seus alunos no filosofar, mas trazer conteúdos filosóficos que modelam o
discurso ao ponto de despertar o filosofar adormecido por parte dos alunos, ao
despertar essa filosofia eles são capazes de com base nela interpretar o mundo
e romperem com as correntes ideológicas que os prendem, a filosofia despertada
é o filosofar autónomo, na qual procuramos de qualquer modo transmitir ou
excitar na mente do aluno, tornando assim o ensino da filosofia possível.
Bibliografia
MARNOTO, Isabel
didactica de filosofia I. universidade aberta. Lisboa. 1990
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