Sociologia da Negritude
- Introdução
À guisa de prelúdio do presente trabalho que
intitula se a Sociologia
da Negritude, tem por
aspectos inerentes a valorização, argumentação, analise-crítica e retrato no
que se refere ao contexto sociopolítico cultural da Negritude.
O
trabalho tem como principais tópicos que farão manchete: Premissas; a ideia da
pertença à raça negra; Negritude e Cultura Branca e; Negritude e Politica.
Portanto, são nesses serão abordados os assuntos detalhadamente.
Teremos
como método a interpretação da fonte, isto, método hermenêutico. Vamos apenas
usar uma obra da autora que logo na bibliografia iremos entregar
- Premissas
2.1.Actualidade
e dificuldade do tema
A
negritude é como uma Fénix africana que se levanta no horizonte cutural-politico
africana e que teve um papel meramente importante na conquista da independência
de certos países africanos (CARRILHO, 1975, p.37).
Não
existem obras de natureza sociológica que atracam em trn0 d0s aspectos mais
sociais geralmente entre os tratados políticos. A negritude foi institucionalizada
em Ideologia Estatal ligada a vida quantitativa (Ibidem, p.38), portanto, ela
apresenta-se c0m0 uma certa sedimentação histórica c0m um itinerário definido.
2.2.Ambiguidade,
politica de ideologias nacionais
As
ideologias, desempenham um papel importante na luta contra o imperialismo,
tornando-se objectivamente aliados do proletariado internacional. Na mediada em
que dilui a consciência de classe, servem geralmente a burguesia para alcançar
ou manter-se no poder (Ibidem, p.41).
Carrilho,
considera a Negritude sobre dois aspectos:
a) Cultural,
a utilização ideológico-politica dos conteúdos culturais do movimento é
considerado uma coincidência de vida ao facto de um dos criadores de negritude
– Senghor – se tornou chefe do Estado.
Os
escritos que privilegiam os aspectos culturais do movimento, procuram
salvaguardar a sua validade política, ou seja, os críticos favoráveis à linha
saída da Negritude, procuram defende-la pondo em evidência o campo em que a
Negritude produzia obras de qualidade inegável (Ibidem, p.50).
Politico, é neste aspecto que a
Negritude sofre quase a totalidade dos ataques. Acusam-se os líderes do
movimento (sobretudo Senghor) deter instrumentalizado os conteúdos iniciais de
ter feito deles sob auspícios franceses, uma ideologia da descolonização,
tornada anti-revolucionaria e contradizia aos interesses dos povos africanos.
(Ibidem, p.51)
2.3.Raça
e grupo étnico
Em
1936, alguns biólogos – Huxiley e Haddon – foram unânimes em reconhecer que na
linguagem comum, o vocábulo raça, tem adquirido uma carga emotiva e racional,
ambígua, absolutamente anti-cientifica. No uso corrente, raça, suscita as
ideias confusas sobre a distinção mais ou menos profunda entre vários grupos
humanos.
A
UNESCO, propôs a utilização da expressão grupos étnicos ao em vez de raça,
que significa grupo de população caracterizado por concentração de frequência e
de distribuição de partículas hereditárias ou de carácter físico em virtude de
um isolamento geográfico e cultura. (ibidem, p.55).
2.4 Negro e preto e Negritude
A
palavra negro,
vem do latim Neger que significa cor
preta. Um
africano é um preto ou também negro.
No
tangente da negritude, é vista como uma aquisição recente proveniente do
francês “negritude” inventada por Aimé Sesaire. (ibidem, p.57)
3.
Ideias
de pertença à raça negra.
Para
justificar o comércio de escravos os europeus tinham encontrado razões que
envolviam todos os tratados da sociedade africana, desde o pobre guerreiro ao
grande chefe, que “a escravização” dos negros pelos brancos é a primeira vista
de Deus à raça negra.
Os
fon do Daomé dedicavam-se de tal modo ao comércio de escravos que o seu estado
estava organizado com objectivo primário de fazer guerras para conseguir
prisioneiros. É de fundamental importância distinguir este dois momentos, uma
vez que são muitas vezes confundidos, principalmente pelo defensores da
Negritude, que tendem a ver toda a manifestação de revolta negra como resultado
de uma consciência de raça, mais que como forma embrionária de consciência de
classe de ser objecto de exploração colectiva. (Ibidem, pp.60-61)
As
condições particular dos africanos do novo continente, que se viam
invariavelmente na situarão de negros e escravos ao mesmo tempo, provocou sem
duvida bastante mais sendo que na África o nascimento daquela sensação
colectiva de mal-estar, daquele conjunto de complexos de inferioridade que
levam o negro a sonhar não em enegrecer o branco mas em embranquecer a sua própria
pele. (Ibidem)
3.1.Da
América à África
3.1.1.
Os
Estados Unidos
O
trabalho de pele branca não pode emancipar-se num país onde é marcado a fogo
quando tem a pele negra. a massa dos trabalhadores negros foi relegada para a
pele de subclasse destinada a fazerem-se sentir “superiores” mesmo as classes
brancas subordinadas ,que , por seu turno , são muitas coisas da sua cor e da discriminação em relação aos negros. A classe operária
branca americana foi e continua a ser objecto de desconfiança por parte dos
movimentos revolucionados negros – americanos. (ibidem, pp.64-65)
As
consciências raciais sobrepunham-se e sobrepõe-se ainda, ἁ consciência de
classe.
Perante
o racismo da sociedade branca, a primeira necessidade dos negros americanos era
a de resgatar a sua dignidade, espezinhada durante século, a de reafirmar o bem
fundamento da discriminação, a de recuperar a sua identidade. “Tomaram a consciência”
do facto de entre todos os grupos étnicos que povoaram os estados unidos anglo-saxões,
italianos, franceses, alemães, judeus só os negros sofreram uma lavagem de cérebros
que lhes fazia acreditar seres naturalmente inferiores e não ter uma história.
Para combater este profundo complexo de inferioridade era preciso restabelecer
a verdade. (Ibidem)
Edward Wilmot Blyden é o primeiro
intelectual negro de notoriedade internacional a dar uma forma ao sentimento de
pertença a raça negra. Influenciados pelas correntes, “humanitárias” que tinha proporcionado
a fundação da serra leoa (1784) e da Libéria 1822 com escravos-libertos levado
da América e da Inglaterra.
Blyden
é o primeiro defensor da personalidade africana “African personality” expressão
por ele usada pela primeira vez em 1893 durante um congresso em Freetown retomada
poucos anos mais tarde por Sylvester Williams Du Bois por ocasião do Iº
congresso pan-africano (Londres, 1900) e tornada internacionalmente conhecida.
Mais recentemente pelo líder ganês Kwame Nkruma. O seu pensamento influenciou
profundamente gerações inteiras de intelectuais negros, sobre tudo anglófonos,
e, dado o uso que dele ainda fazem defensor da negritude. (ibidem: p.66)
Os
africano não era inferior aos europeus era simplesmente Para justificar o
comércio dos escravo os europeus tinham encontrado razões que envolviam todos
os tratados da sociedade africana, desde o pobre guerreiro ao grande chefe, que
“a escravização” dos negros pelos brancos é a primeira vista de Deus à raça
negra.
Para
justificar o comércio dos escravos os europeus tinham encontrado razões que
envolviam todos os tratados da sociedade africana, desde o pobre guerreiro ao
grande chefe, que “a escravização” dos negros pelos brancos é a primeira vista
de Deus à raça negra.
Diferente,
tinha uma personalidade própria. Todas as raças tinham o seu género próprio,
tributos específicos, único necessário num desígnio divino universal. Diz ele:
“a cada um de nós necessário e importante, para mantê-la e desenvolve-la honrai
e amai a vossa raça (…) se não fordes vos próprios, se abdicardes da vossa
personalidade, nada tereis deixado para oferecer ao mundo” (Ibidem)
Blyden
sustentasse que cada raça tinha a sua missão histórica a cumprir dentro da humanidade,
não deixou de criticar a civilização europeus moderna, na medida em que o
individualismo capitalista não era coexistencial mas tendia ἁ destruir da civilização
africana.
Não
se limitava a defender a particularidade do homem africano mas procurava ao
encontro dos sinais concretos da personalidade africana na organização social,
na vida colectiva, nas instituições tradicionais da sociedade africana, e
propor um modelo de comportamento adequado as novas exigências dos povos
africanos. (ibidem: p. 69)
4.
Negritude e Cultura Branca
4.1.A
resposta ao racismo Europeu
Vimos
que a primeira forma de rebelião dos africanos contra a dominação Europeia,
nasce provocado pelo regime da escravatura e não pelo racismo. A ideologia
racista que nasce, do modo da exploração capitalista dos povos pelos Europeus
acaba no entanto por criar o tão discurso:
“complexo da cor”, ou seja do ponto de vista psicológoco-social, o homem
negro é objecto da descriminação racial,
que exerce sobre ele uma influencia culturalmente destruidora. (CARRLHO, 1975
p.93)
A influencia decisiva para a descriminação
cientifica parte da obra de J. A de Gobiau (1853-55) em quatro volumes, dois
dos quais logo traduzidos nos Estados Unidos da América. Ele era considerado defensor
das ideias aristocratas da época, tendo como principal seguidor H. S Chamberlain,
cuja obra, justamente com a de Gobineau, prepara o terreno ao Mein Kampf de A.
Hitler (ibidem. Pp98)
A nível cultural, já se contestava a
burguesia e os seus valores. Os estudiosos, apesar de muitas voltas assumiram
que o negro é ser humano mesmo assim o negro vindo de África para o ocidente,
continuava, negro ate ser assimilado pelo colonizador, para mudar de língua,
religião e cultura. Apesar da assimilação o negro esquecia seus costumes, não
era integrado totalmente nas sociedades brancas, e ainda era vítima de discriminação
financeira-politica, só por ostentar uma cor oposta ao branco. (ibidem, p. 100)
O negro africano saia dos negros e
ficava na porta branca depois de assimilado, não era branco depois de
assimilado mas também já não erra considerado negro pelos irmãos africanos pelo
motivo da sua assimilação. Ficando ele solitário. Frantz Fanon chama os negros
a consciência para afirmarem sua identidade “o modo de estar no mundo “a
Negritude”. (ibidem, p.101)
O negro era odiado, desprezado,
detestado não pelos seus irmãos mas pelos inquilinos da sua terra de outra cor.
Decidiu então mostrar ao branco e ao mundo que eles estavam errados. A ideia da
negritude nasce no princípio de se defender, como uma resposta ao racismo e ao
paternalismo Europeu. Césaire através da poesia não habitual de elevação dos
valores europeus, ou da aceitação passiva e louvável dos colonos, destrói estas
ostentações e mostra o verdadeiro negro da África com os seus reais valores e
dificuldades ao mundo. (ibidem, p. 102)
Ao longo do seu diário Cesaire descobre
razoes que as pessoas de abrir a sua mente negra ``a religião e os magros privilégios
de ser assimilado, que invadiam a alma do negro que diziam: ``que uma fatalidade
passava nele, que não tinha domínio sobre seu destino, que este cabia a cargo
do colono. (ibidem, p.104)
O papal da assimilação Cesaire nunca
quis assumir e então conduziu os negros a reivindicarem as suas qualidades de
ser negro. (ibidem, p.105)
Os negros que nada inventaram, que não
sabem explorar os mares e os céus, que nunca sentiram sujar suas mãos a
inventar algo, que lhes resta entram para reivindicar? Exactamente o não ter
feito nada, o não ter sujado suas mãos, retalhe não a velha servil ``negritude cadavérica
mas a negritude originária e não corrompida. (ibidem, p. 106)
A nova negritude é uma substancia nova e
preexistente. Césaire não deu uma definição exacta da negritude, fazendo com
que alguns críticos dessem grande importância as divergentes concepções dos
pais da negritude (Césaire e Senghor). Tais divergências não causaram uma ruptura
explícita na negritude. Césaire autor de varias teses da negritude sustenta que
a negritude é um movimento cultural, e Senghor afirma que é um movimento político,
mas todos partiam de uma plataforma comum:
Ø Necessidade
de opor-se ao racismo colonialista.
Ø Reivindicação
da cultura negra pela branca, fazendo valer os valores da negritude. (ibidem,
pp. 107-108)
4.2.Conteúdo
ideológico da negritude
4.2.1.
Especificidade
do negro
O
negro era visto como nível de discriminação racial, Cesaire e Senghor fizeram
com que o negro assume-se os seus
valores, pelo que ninguém poderia envergonhar-se ou humilhar-se por ser negro.
Vejamos como o indivíduo branco e o negro se colocavam perante o objecto do
conhecimento: o branco Europeu era elegante, ave derrapina, munido de
instrumentos com vontade de destruir (ibidem, pp. 109).
E
o outro era visto como um instrumento para utilizar, para fins práticos.
Assimila-lo era preciso. Era assim como era visto o negro antes da revolução científica
no séc. XX. “a emoção é negra como a razão é helénica” essa frase famosa de
Segnhor correu rios de tinta pelo mundo. (ibidem, p.110)
Mas
pelas críticas que recebeu ele rescreveu a frase dizendo: a razão está
igualmente dividido entre os homens a razão Europeia é analítica e a razão
negra é intuitiva por participação. A operação mais grave em que caio a
negritude foi de considerar quase distribuídas geograficamente as características
da razão. Razão analítica na Europa e razão intuitiva na África. (Ibidem, p.111)
A
negritude é a força que quer reivindicar uma personalidade específica, que quer
caracterizar racionalmente o homem negro. (ibidem, p. 113).
4.3.A
organização social e política
A
organização social, reflectia a unidade d0 Universo. “O homem como pessoa, é o
centro do Universo, isto é, a família” (Senghor, Apud Ibidem, p.124). Portanto,
para ele, a família é que forma uma Sociedade, dispondo assim uns sobre os
outros. Dentre as varias famílias forma-se uma tribo, habitando na mesma regia,
essas constituem um Reino e esse integra um Império. É a partir daí que Senghor
diz que o negro africano é encerrado desta forma numa solidariedade.
Portanto,
afirma que “o homem não vive, não se realiza a não ser pela e na sociedade”
(Ibidem, p.124). A família africana, é um clã, isto é, constituída por conjunto
de pessoas vivas e mortas e já diferente com ou da Europa.
Senghor,
afirma que “o que é desumano é isolar o homem do seu contexto, e é domesticar
uma árvore ou animal” (Ibidem, p.125). O africano é ligado a sua cultura, a uma
força da tradicional, isto é, Social, e esse não deve ser isolado desta sua
identificação, porque quando o isola, estará a fazer o que não é humano.
4.3.1.
Componentes
da família
·
Criança, esta é educada numa guisa de liberdade
(Ibidem, p.125). É a partir daí que a criança sairá jovem com competências para
enfrentar a vida.
·
Mulher, esta foi promovida a fonte de
forca vital e guardiã de casa, isto é, depositária d0 passado e garante do futuro
do clã. (Ibidem)
Senghor
reitera que os maridos é que conservam a liberdade da esposa, na medida em que
esses casam c0m essas, pois o casamento africano “não é a fundação de uma nova família
e sim é uma aliança de dois clãs, e portanto, a aquisição de uma esposa não
quer dizer compra, mas uma indemnização da família da mulher”.
A
responsabilidade e a dignidade da mulher, só crescerá quando a sua tarefa é com
frequência pesada, pise e ela que quase faz todos trabalhos: semear, colher,
fazer farinha. (Ibidem, p.128)
·
Homem, esse era o caçador e guerreiro. (Ibidem,
p.128)
Contudo,
o homem negro assume a sua negritude aquando a sua transformação da essência
que lhe foi atribuída para adicioná-lo.
A
família é centro da sociedade, assim, seria “uma comunidade democrática” (Ibidem,
p.129), isso porque tem sob direcção de Chefe da família, caracterizada pela unidade
económica (os bens comuns) e pela liberdade moral. (Ibidem)
A
sociedade africana era presidida por um cordato da aldeia e esse identificava a
família africana com um regime democrático.
4.4.Descrição
do trabalho na sociedade tradicional africana
Partimos do pressuposto de que foi a dessacralização
que quebrou a unidade da civilização africana. Porém, “na sociedade negra, a
acção produtora é considerada como a única fonte de propriedade” (Ibidem). Portanto,
esta propriedade é uma comum do grupo familiar e é a partir deste ponto de
partida resulta a propriedade dos produtos agrícolas e artesanais colectivas,
sendo colectivo o próprio trabalho respectivamente. Os negros respeitam sempre
as exigências da ”pessoa”.
Assim
o trabalho, “forma uma fonte de alegria porque permite a realização e expansão
do ser” (Ibidem, p.133). Senghor diz que na sociedade negro-africana, o trabalho
da terra é o mais nobre, isto é, o homem negro permanece camponês, porque é
este “trabalho que permite o acordo do Homem e do Universo; o negro africano,
sentindo unânime com o Universo, faz com que o trabalho se torne rítmico.
No
entanto, Senghor acaba por admitir o carácter comunitário, isto é, Socialista.
4.4.1.
Ética
e estética
O
homem negro é uma espécie biopsiquico. A sua ética funda-se na “Ontologia que
lhe é própria para realizar-se nas actividades sociais” (Ibidem, p.137), isto é,
uma ética colectivista, porque o seu trabalho harmoniza-se com forças vitais do
universo.
A
ética africana, é sabedoria activa, consiste em reconhecer a unidade do mundo e
no trabalhar para a sua organização. Ο seu dever é reforçar a sua vida pessoal
e realizar o seu ser com os outros homens. (Ibidem, p.137)
A
expressa significativa da ética africana é a Honra, isto é, consciência
sentimental do divino, e esta ética é uma ideia que postula a excelência, a perfeição
em todos aspectos; a sua moral é distinguida por virtudes como lealdade a coragem
(Ibidem, p.138), a sua justiça é a Generosidade
e sua alma é camponesa.
A
sua estética esta virada à arte, onde tem como analogia a imagem e o ritmo,
pois a sua arte está ligada a trabalho, isto é, à produção; a sua arte, é uma social
e homogénea com a colectividade. (Ibidem, p.141)
5.
Negritude e
politica
O Negro estabeleceu uma hierarquia
rigorosa das Forças. No vértice, um Deus único, não criado mas criador. Aquele
que tem a força, o poder por si próprio. A intenção mais ou menos patente de
Senghor é colocar-nos perante a revelação do conceito de Deus ao homem. Para
Paul Hazoumé a definição de Deus dada no Evangelho de S. João está próxima da
concepção que os animistas do Daomé têm do Ser Supremo. Muitos padres africanos
lançaram-se no estudo das religiões dos seus povos. Entre as obras mais
significativas deste período encontra-se a do padre Vincent Mulago sobre o
pacto de sangue e a comunhão alimentar entre os bantos. (CARRILHO, 1975, pp.
144-145)
Na
época da expansão europeia, os povos “descobertos” eram considerados
“selvagens”, “bárbaros”, “infiéis”, ou “pagãos”. O Deus católico conseguiu
conservar sempre o seu trono. Depois de citar os erros do comércio dos escravos,
Senghor lamenta-se de que a França o “convidava para a sua mesa e lhe pede para
trazer consigo o pão”. Segundo os teóricos da Négritude; os negros-africanos
teriam desenvolvido sectores indubitáveis de humanidade, a emoção, a intuição,
a sensibilidade, o humanitarismo profundo. A realização de uma “Union Française
à la mesure de l´Homme” passa segundo o líder senegalês, por um processo de
“assimilação” e de “associação”. (CARRILHO, 1975, pp.145-155)
A
plataforma da mestiçagem parece efectivamente dar ao líder da Négritude as
garantias políticas suficientes. Sobre este e outros aspectos, torna-se
inevitável fazer uma comparação entre a Négritude e o Lusotropicalismo. A
“Tropicologia”, de que a Lusotropicologia seria um sector fundamental. O
Lusotropicalismo sustenta que “em todo o lado onde prevaleceu o tipo black is
beautiful sobre o aspecto físico, olhos apresentam-se como insignificantes e a
mestiçagem torna-se uma força psicológica social e etnicamente activa e
criadora”. Elogio da mestiçagem, valorização de certos aspectos da vida
africana sob a marca civilizadora do catolicismo, rejeição do racismo
“biológico”, e defesa de uma área cultural político euro-tropical, eis os mais
salientes pontos de contacto entre a Négritude e o Lusotropicalismo. (Ibidem
pp. 157-159)
5.1.Négritude
e marxismo
No
seu período inicial, o movimento da Négritude, fosse porque se confundia com o
movimento de libertação dos oprimidos de todo o mundo, fosse pele sua ligação
com o surrealismo, cujos principais expoentes eram militantes ou simpatizantes
comunistas. O aumento dos conhecimentos e informações a respeito das zonas não
estudadas por Marx, Engeles, nem mesmo por Lenine, levou a uma tentativa de
aplicação menos mecânica do marxismo. (Ibidem pp.159-160)
A Négritude nunca foi, ao contrário do
que parecem querer dizer alguns críticos americanos, um movimento que, partindo
do marxismo, pretendia completá-lo ou aperfeiçoa-los de modo a aplicar os seus
princípios entre os povos africanos. O problema fundamental continua a ser, segundo
Senghor, o “conciliar o socialismo com os valores culturais negro-africanos,
sobretudo os valores religiosos”. (Ibidem pp. 163-165)
5.2.Critica
e alternativa da Negritude
Fanon critica a Negritude. Na concepção
de Fanon, para a libertação do colonialismo é necessário um facto violento um
embate entre as duas forças, neste caso, do colonizado contra o colonizador.
Fanon é um defensor esforçado da recuperação da cultura nacional, propondo a
luta armada de libertação nacional como necessidade frente a um colonizador que
nunca renunciaria de maneira tão dolosa as suas colónias privilegiadas. (Ibidem,
p.172)
Ainda mais escreve Fanon: “aqueles homens que
cantaram a raça, que assumiram todo o passado abastardeia e antropologia,
encontram-se, e infelizmente, a frente, de uma equipa que que volta as costas a
realidade do pais e proclama que a vocação do seu povo é ir atrás ir ainda
sempre (ibidem, p.173).
No caso de que a cultura nacional é a
que é marcada por uma efectiva ligacao com a luta de libertação conduzida por
todo um povo contra a opressão colonial. Em geral, em todos os países
subdesenvolvidos, a cultura nacional deve situar-se no próprio centro da luta
de libertacao. Segundo a afirmação do Fanon. A negritude tendo uma perspectiva
racial, não tem uma perspectiva cultural e politicamente um futuro. (Ibidem,
pp.175-176)
O erro grave de avaliação política e
histórica na questão Argelina não acreditavam claramente na possibilidade de
triunfo da revolução e proporcionou aos líderes da Negritude e a todo seu movimento
a desconfiança dos políticos e dos intelectuais empenhados na luta de libertação
anticolonialista dos seus próprios países.
Para países como a Guiné (Konakri) é de
salientar que não são os factores de raça, mas de classe que devem construir as
bases de uma renovação cultural dos povos africanos: A África Negra não é como
pretendia que negritude uma grande comunidade contraste de classes.
Os intelectuais da Negritude são vistos
como uma elite resultante da aculturação dos povos marginais. Assim, afirma-se
que na intervenção guinense a Negritude “é objectivamente uma ideologia
auxiliada, ideologia imperialista. A negritude é além disso acusada de não ter
contestado devidamente o colonialismo, e de ser uma ideologia que evita a luta.
Os ideólogos da negritude teriam assim acabado por entregar os povos africanos
de pés e mãos atados aos etnólogos e aos antropólogos (imperialista) actuando
objectivamente contra o desenvolvimento da África.
Segundo o delegado Daomé os defensores das
negritude procuram opor propositadamente o continente negro a Europa racional e
sobretudo industrial, e justificar assim uma espécie de divisão internacional
das funções que tendem a manter a África na posição de fornecedora de
matérias-primas a baixo preços e de mão-de-obra não qualificada. Fazendo o
balanço de encontro de Argel, podemos dizer que a cultura africana clarificou
as suas tarefas, superar o subdesenvolvimento, edis o desafio que deve ser
aceite pela cultura do Norte, Centro e do Sul de África (Ibidem, pp.183-185).
No entanto, os africanos não querem
continuar a ser olhados como objectos, ainda que interessantes, não querem
continuar a serem povos “etnológicos”.
Os intelectuais da corrente da negritude,
insiste numa investigação das origens que se tornam pesquisas da originalidade,
isto é, demonstração que se propõe conseguir o reconhecimento da Europa. As
teorias da Negritude caíram na ratoeira etnológica. A especificidade da Negritude
não sabe dar uma resposta as exigências do desenvolvimento dos países africanos.
6.
Conclusão
Terminando
o presente trabalho que aborda sobre “Sociologia da Negritude” em Maria em
Maria Carrilho, é de estrema importância para se perceber sobre o verdadeiro
sentido da sociologia da negritude. No que se refere a negritude em geral, e a
sociologia da negritude em particular, é impossível falar sobre eles sem se
tocar no Senghor.
Sendo
a negritude como uma Fénix africana, o seu surgimento não foi algo repentino e
fácil, O negro era visto como nível de discriminação racial, Cesaire e Senghor
fizeram com que o negro assume-se os
seus valores, pelo que ninguém poderia envergonhar-se ou humilhar-se por ser
negro. Ela surge como um chamado para responder ao racismo do branco Europeu e
do mundo. Na concepção de Fanon, para a libertação do colonialismo, é
necessário um facto violento um embate entre as duas forças, neste caso, do
colonizado contra o colonizador.
7.
Bibliografia
1. CARRILHO,
Maria. Sociologia da Negritude.
Lisboa, Ed. 70, 1975
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